quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Panorâma Musical - Parte 2

Hoje venho vos falar de mais uma música que mexe comigo, num misto de amor/ódio (claro que exagerando bem as coisas), é que ainda não percebi bem se tolero a musica ou se a não suporto. Isto porquê? Talvez depois da descrição da musica consiga concretizar melhor esta minha duvida:

A musica é: Umbrella, da Rihanna.

E o clip começa assim, Jay-Z dá os ares de sua graça, numa cascata de fogo artifício, tal qual como nos casamentos de hoje em dia, onde são realçadas as suas extra large sapatilhas douradas. Claro que isto só acontece depois de termos visto de relance a grande cantora da música num estilo ao que me atrevo a denominar de gótico um tudo nada fraquinho. Mas pronto, tudo corre bem, eu curto a voz do Jay-Z, apesar de ter de confessar que ainda não dei a devida atenção ao que ele diz, mas aposto que não é nada do outro mundo. E pronto como é óbvio o Jay-Z dá o seu cheirinho e baza de cena. Agora daqui para a frente é só Rihanna! E eu até acho a miúda gira pá. E lá vai ela para, a meu ver, a melhor parte do clip, em que ela está vestida de branco enquanto faz uma coreografia harmoniosa salpicada com efeitos especiais enquanto profere o cerne da letra. Isto é, que fica com o moçito dela independentemente das dificuldades e que gosta muito dele e tudo e tudo. Oh pá... eu gosto destas coisas românticas pá! Mas eis que chegamos ao refrão…

Ei… O refrão…

Ui!

Vou ter que o transcrever, escrevendo umbrella como ela diz:

Under my umberélla

À à, é é

Under my umberélla

À à, é é

(E o agora o fim que é para partir tudo!)

Under my umberélla

À à, é é, é é, é é!

O que é isto!? Eu já ouvi muita coisinha nesta vida, e coisas bem ousadas, desde Canibal Corps passando pela discografia completa do Zé Cabra, até aos saudosos hit singles do Saúl. Mas nada me preparou para isto! É de facto revolucionário!
E aqui entram os meus conflitos internos, é que se analisarmos isto a fundo, é deveras um refrão ridículo. Tipo: rídiculo! Ou em bom britânico: pathetic! Mas o pior de tudo é que se um gajo leva isto no gozo e começa a cantar ao longo de um dia inteiro a porcaria do refrão num dia de trabalho de agricultor, em que para piorar as coisas alguém está presente para alinhar na palhaçada (neste caso o meu irmão), é possível curtir-se milhões! Tentem imaginar.
Num local 100% bucólico, muito longe de qualquer vestígio de civilização, onde os passarinhos a cantam sem mais nenhum som a incomodá-los, nisto soa a todos pulmões:

Under my umberéla!

À à, é é!

(Segunda voz, não menos sonante)

Á à, é é, é é, é é!

E assim se passa uma infância. Aconselho vivamente que o façam no vosso local de trabalho favorito! Não há nada melhor para dar "ritmo" ao desenrolar das obras.

O clip prossegue, como previsível, com umas coreografias com guarda chuvas, e aqui à algo que me intriga e bastante! Há uma parte em que ela (supostamente) anda em bicos de pés tal como uma bela bailarina profissional, mas… Nunca se vê a imagem completa. Isto é, ou só se vêem os pés, ou só se vê a moça (sem o plano dos pés naturalmente). Isto vai intercalando, até às cenas de corpo inteiro que são de uns escassos milésimos de segundo, nos quais, mesmo que se seja um piloto de apaches e saiba controlar cada olho de forma independente e se tenham os reflexos visuais mais apurados de Dog Fight da Força Aérea Portuguesa, é se completamente incapaz de decifrar se a moça que está em bicos de pés é a nossa bela protagonista ou uma bailarina que sabe o que está a fazer. E para assegurarem que um gajo não consegue descortinar tal facto, ainda desfocam algumas dessas breves passagens… Dá que pensar não dá? Digam-me se estou errado.
Ah, e em relação ao facto de ela acabar o clip nua, apesar de não se ver nada (como é lógico), sinceramente essa cena, comigo não funciona…